sábado, 1 de outubro de 2011

A História de Teixeira e Luizim



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Seu doutor me dê licença
Deixe eu falar um pouquim
Um conto de valentia
Que ocorrou nesses confins
Com alma muito sofrida
Eu vou lhe contar a vida
De Teixeira e Luizim
Essa dupla de meninos
Nasceu na zona rural
Cresceu enfrentando tudo
Chuva, sol e lamaçal
Viveram com pouco pão
Rapadura ou feijão
Feito na água e no sal
Estudaram de teimosos
Sustentados pela fé
Transporte não existia
Vinham pra escola a pé
Teixeira da Oiticica
Luizim do Inharé
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Desde cedo esses meninos
Demonstraram vocação
De lutar pelos direitos
De unir os cidadãos
Até se candidatar
E em ninguém esperar
Ganharam a eleição.
Isso é um absurdo!
Isso é um reboliço!
Resmungou o Zé Rolim
Nos ouvidos do Eunício
Me deu até caganeira
O povo elegeu Teixeira
E derrotou o Maurício
A notícia se espalhou
O grito comeu de esmola
Corria gente na rua
Com bandeira e bandeirola
Tão aflita a minha prima
Vestiu a roupa de cima
Mais esqueceu a calçola.
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Corremos todas as ruas
Foi a noite inteira assim
O povo feliz gritava
Acabou-se tempo ruim!
Festejando a esperança
Consagravam a confiança
Em Teixeira e Luizim
Teixeira recebeu posse
Após sua assinatura
Esperou que lhe entregassem
O patrimônio, a estrutura
Quase ficava bilé
Quando soube que sequer
Existia prefeitura
Um rapaz desconhecido
Vestindo uma calça azul
Veio procurar Teixeira
E lhe passou o bizú
A prefeitura quebrou
E o pouco que restou
Tá lá no CSU
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Quem foi ao CSU
Chorou de indignação
Os documentos do povo
Todos jogados no chão
É, essa foi a maneira
Que começou o Teixeira
Sua administração
Mas como Deus é quem guia
O homem de boa fé
Deu toda força ao Teixeira
E ao Luiz do Inharé
Com luta e sabedoria
Em um ano e poucos dias
Senador ficou de pé
Ai o povo alegrou-se
O comércio enviveceu
Muitos empregos gerados
Nossa cidade cresceu
Ninguém explica o contento
Como em tão pouco tempo
Isso tudo aconteceu
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Mas a inveja seu moço
É artifício do cão
Enquanto nóis festejava
Toda essa transformação
Os bicudos se doíam
Por saberem que perdiam
Na futura eleição
Ai se juntaram tudo
Criaram uma estória feia
Compraram as autoridades
Coisa de cabra de peia!
Levaram nossos meninos
Como se fossem bandidos
E trancaram na cadeia
O mal cheiro de tramóia
Denunciou armação
Não dava pra esconder
O golpe em execução
O coluio tão perfeito
Que fez Ibervan prefeito
Sem precisar de eleição
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Igual a 64
A época da ditadura
O poder foi assaltado
Num estado de loucura
Ibervan e as esposas
Juntou-se com as raposas
E ocupou a prefeitura
Se você não entendeu
O meu modo de falar
Porque falei em raposa
Vou agora lhe explicar
Raposa é um bicho ruim
Tipo a Márcia Zomim
E o Chico do Jeová
Do que esses dois são capazes
O senhor nem advinha
Coitada da prefeitura
Que vai ficar pobrezinha
Vai sumir todas as coisas
É como botar raposa
Pra pastorar a galinha
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Já na comemoração
A coisa começou mal
As duas primeiras damas
Quase se travam no pau
Na praça da juventude
Esse tipo de atitude
Já não é um bom sinal
Ai no dia seguinte
A coisa ficou escura
Ibervan junto a gangue
Pra dividir a gordura
Cada um dos elementos
Ganhou naquele momento
Uma parte de prefeitura
Até bicudo de xifre
Retornou da capital
Foi conhecer a beleza
Do paço municipal
Você conhece o artista
Caro Cornélio Batista
Mentor da gangue do mal
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Ao Chico do Jeová
Deu a ação social
E colocaram no cargo
A jamanta imperial
Essa dupla é conhecida
Lá não vai sobrir comida
Nem mubília nem real
O Chico achando pouco
A jamanta na ação
Fez contratar o jamanta
Pra pastorar o portão
Quem vai lá e vê, se espanta
Encontra as duas jamantas
Sofrendo de hipertensão
Márcia Zomim na saúde
Salve-se lá quem poder
Grito vai e grito vem
Qualquer um é um qualquer
Essa parece uma rã
Grudada no Ibervan
Pra pastorar o filé
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O Alexandre inocente
Nem gosta de vida mansa!
Mas, para o bem de todos
E pro leite das crianças
Só mesmo por compromisso
Aceitou o sacrifício
E foi cuidar das finanças.
Zeloso pelo dinheiro
E vendo a chance bacana
Alexandre foi correndo
Ver se o cofre tinha grana
Grande foi sua surpresa
Quando em cima da mesa
Pulou uma ratazana
Era a velha Madalena
Que ali chegou primeiro
Quando entrou na prefeitura
Sentiu cheiro de dinheiro
Aquele vício ruim
Do tempo do Zé Rolim
Lhe levou ao cativeiro
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Sei que a coisa tá feia
o negócio aqui tá crú
Pra todo lado que olho
Só avisto gabirú
Eu posso até apostar
Quando Teixeira voltar
Não acha nem o azul
O povo ficou de luto
É tristeza de dá dó
O comércio enfraqueceu
É uma lizeira só
A cidade que crescia
Vai voltar a freguesia
Do tempo do cafundó
Também como poderia
Circular algum dinheiro?
Se a raposa é quem fica
Por conta do galinheiro
Essa equipe de agora
Só vai fazer compra fora
Nós vamos virar lixeiro
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Olhe, eu vou dizer uma coisa
Eu não entendo de justiça
Como é que tira o Teixeira
Pra botar essa mundiça?
Aquele sim é prefeito
Prometeu e deixou feito
Não merece essa injustiça
E o Luizinho o vice
Dia e noite trabalhou
Dedicou a sua vida
A cuidar de Senador
Foi também injustiçado
Por essa bando de safado
Sem escrúpulo, sem pudor
Mais o povo não é bobo
Já tá sabendo de tudo
Só quem se alegrou com isso
Foi a móia de bicudo
Encontrou o único jeito
De Ibervan ser prefeito
Por meio desse absurdo!
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Mas aguarde, minha gente
Já, já acaba a loucura
Vamos erguer as bandeiras
Enfrentando a ditadura
Porque já tá bem pertinho
De Teixeira e Luizinho
Retomar a prefeitura
Ai eu quero ver nego
Valendo-se das canelas
Sofrendo de caganeira
Fugindo pelas janelas
Nosso povo na alegria
Vivendo a democracia
Dançando nossa alegria.
Me pego até a pensar
Na cara do Ibervan
Homem da cara mais lisa
Igual barriga de rã
Traidor da nossa gente
Deveria essa serpente
Ir morar no BUTANTÃ
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E o Chico do calote
Com seu casal de jamanta
Vai ficar de rabo muxo
Feito trazeira de anta
O povo fica em paz
E esses dois não vão mais
Deixar os presos sem janta
As falsas primeiras damas
Esbanjam boas mandeiras
Costumam trocar tabefe
Quando se encontram na feira
Ao deixar a prefeitura
Essas duas criaturas
Vão ensinar capoeira.
Há, tinha esquecido Zenalto
O mercenário doente
Que por ser tão peçonhento
Nem me lembrei que era gente
É melhor nem comentar
Pois ser como aquele lá
Só sendo muito doente
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Zenalto vai escapar
Nas matas da Terezinha
Tinha perdido a eleição
E como emprego não tinha
Feito uma centopéia
Se enconstou na Cabra Véia
Só pra ganhar uma pontinha
Foi o que fez o Cláudio Rocha
Seguiu nesse mesmo rumo
Entrou nas matas de Sandra
Sem se desviar no prumo
Não vai nunca se eleger
Ao contrário, vai viver
A vida levando fumo.
E assim minha gente que eu vejo
Nosso Senador sendo assaltado
Primeiro por esse bando de carniça
Depois pelos ajudantes safados
Pra tristeza dos bicudos
Eu fico até mudo
Teixeira e Luiz NÃO estão acabados
Autor Desconhecido

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