Nestes dias de intensa emoção, alegria e indignação vividas pelo corpo e pela alma. Registro algo a partir do que pude observar na celebração organizada para acolher Luizinho vice prefeito de Senador Pompeu mantido preso por quase 150 dias. Sentimentos que me invadem me remetem a um pensamento de Inayat que diz:
"Se alguém fere o meu coração, este não se rompe, mas queima. E a chama que dele emana torna-se uma tocha no meu caminho".
Esta tocha/luz em forma de estrela que emana do coração de cada pessoa de bem de Senador que teve seu coração ferido e que no glorioso dia da volta de Luizinho, (dia de meia felicidade porque o querido Teixeira não veio ainda) transformou dor em prazer. Prazer expressado em uivos de alegria, sorrisos escancarados que pareciam partir das entranhas da alma, beijos e abraços suados, cúmplices, apaixonados.
Amor, Amor, Amor, muito Amor! Gestos de carinho que somente podem ser expressos e captados por quem já viveu a experiência de saber-se um ser apaixonado de verdade e em reciprocidade, não um cegamente apaixonado. Porque paixão cega não tem conseqüência.
Os gestos ali, expressam um amor verdadeiro a alguém concreto que encarna em seu jeito simples de ser um projeto de vida, de sonhos políticos das pessoas. E estas pessoas - das mais diversas classes sociais, gêneros e gerações - corriam, demonstrando: que um estado avançado de gestação seguia vivo nas estranhas de seus corpos: Uma profunda esperança!
Muitas destes/as gestantes de sementes de esperança, naquele dia deram a luz ali mesmo em plena praça pública. Quando atiraram-se nos braços de Luizinho, mesmo sabendo que na entrega àquele abraço estava traçado um destino anunciado: teriam seus empregos sacrificadas pelos algozes dos podres poderes políticos e midiáticos que calam frente ao livre, verdadeiro e manifesto sentimento do povo.
No entanto, para quem já amou verdadeiramente, para quem experimentou este sentimento tão dignificante que é o amor gratuito, nada poderia ter mais importância naquele instante de entrega naquele abraço, eles/as sabiam que faziam nascer ali os robustos filhos da esperança. De uma esperança guerreira que vencia medos.
Os corajosos homens e as corajosas mulheres demitidos sabem que uma semente não fecunda sem morrer antes. A história, a vida, o universo está aí comprovando que: somos estrelas, corpos celestes, que ao explodirem espalham-se por milhões de quilômetros dando origem a novas estrelas e sistemas planetários.
Enfim, são muitas estrelas que afetadas darão origem a novos sistemas, ademais das estrelas há sementes que vão fecundar ricas aprendizagens para nosostros/as.
Aqueles, que agem como se fossem filhos únicos do ódio e buscam apagar o brilho daquele dia e do povo de Senador, não conseguirão, simplesmente porque não têm o poder que emana do povo. Do povo que ama. Que tem dignidade, que é justo que conhece e reconhece quem só lhe faz bem.
Estejamos atentos e vigilantes aos céus porque estrelas em mudança causam um lindíssimo espetáculo, irradiando luz por onde passam em movimento, para formar novos sistemas.
Um abraço fraterno e minha solidária companhia a todos e todas.
Antonia Félix
Dirigente do Instituto Antonio Conselheiro, Educadora e mestra em Avaliação de Políticas Públicas pela Universidade Federal do Ceará.